Uma plantação de milho, testada por pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Gurupi, sul do estado, está sendo atacada por um bando de "ladrõezinhos". São quatis, que em busca de alimentos, invadem a área do cultivo e furtam as espigas de milhos. Embora os animais estejam no hábitat natural deles, o ataque está prejudicando uma pesquisa desenvolvida há mais de dois anos.
A doutoranda Jaiza Ribeiro Chagas está no último ano do programa de doutorado em Produção Vegetal. Há dois anos ela realiza a pesquisa sobre as doenças que atingem o milho no estado, mas conta que a lavoura está sendo devastada não só por quatis, mas por capivaras e periquitos. "São dois anos de trabalho perdidos por animais silvestres".
Para tentar proteger o plantio, os pesquisadores colocaram sacos de plásticos e de papelões nas espigas, mas não funcionou. "Realmente os saquinhos foram uma tentativa contra os periquitos, mas não resolveu para os quatis. Eles vêm, já aprenderam que debaixo do saquinho tem a espiga, levam a espiga e a gente fica a ver navios", reclamou Jaiza.
A plantação é protegida por cerca elétrica, mas os quatis conseguem facilmente pular a barreira e comer o milho que faz parte da área de estudo. Alguns pegam a espiga inteira e fogem para dentro da mata sem se preocupar com a presença de humanos no local.
Para o professor da UFT, Gil Rodrigues, o ataque prejudica a conclusão da pesquisa e a análise de dados. "Essa situação inviabiliza a consideração destes dados já que para você publicar um trabalho científico, chegar a um resultado consistente, você tem que ter estas plantas intactas. Então como a gente vai comparar estes resultados se os dados estão inconsistentes?", questionou.
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